Hoje foi um dia de grande aprendizagem.
Aprendi que ter estilo é usar mochila listrada, é comer salada e beber prosecco, é usar cachecol, desde que seu tênis esteja de acordo com o visual. Aprendi que você é o que você calça.
Aprendi o valor de saber diferenciar a caracterização e a descaracterização de uma obra. Aprendi que pessoas estranhas são estranhas de modo diferente à luz do olhar de cada um. Aprendi que a crase é um fenômeno e por isso não será descartada.
Aprendi que gera incômodo vulgarizar o que alguém julgava digno de poucos. Que estampas em risca de giz fora do contexto dos ternos executivos inibem e constrangem.
Aprendi que não guardo ódio dos motociclistas embora pense guardar e que isso provavelmente deriva do fato de que um dia quis ser da categoria. Aprendi isso porque não é possível que alguém seja filho da puta se o 'filho da puta' sai da garganta difuso em meio ao pudor, ainda que o pudor esteja apenas nos ouvidos de quem ouve.
Aprendi, inclusive, que há muito mais de mim nestas linhas do que jamais poderia supôr.