quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

:: Brainstorm

Criar sob pressão não deve ser fácil. Me refiro à situação vivida pelas pessoas que trabalham com criação de campanhas publicitárias. "Crie algo inovador, inteligente, engraçado e que aumente o volume de vendas do produto x. Você tem até a meia noite de amanhã." Já pensou?

Mas como naquele restaurante japonês nenhum de nós estava sob pressão, em alguns minutos de conversa adiantamos um ano de trabalho para a equipe de criação dos comerciais da Hortifruti - aliás, como foi que chegamos a este assunto mesmo?

Esta aí o resultado. Alguém tem mais sugestões?

1. Chicória Sem Fim
2. Mamão que Balança o Berço
3. Amora do Rush
4. Aipocalipse Now
5. Esquecerem o Aipim
6. O cesto sem figo
7. Street Fighter - A última Bertalha
8. Ovos Mortais
9. Ace Verdura. Uma Verdura na África
10. Edward Mãos de Cenoura
11. Batatas do Caribe
12. Star Wars Episódio V - O Império Contra a Jaca
13. Star Wars Episódio IV - O Repolho de Jedi
14. Tarzan, o Rei d´acelga
15: Memórias de uma Ameixa
16. Tangerinas do Rei Salomão
17. Vagem Insólita
18. Harry Potter e a Tâmara Secreta
19. Hortaliça Rebelde
20. Jambo II: a missão


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

::Escolher e ser escolhido

Ontem fui a uma livraria para ver se algum livro me escolhia. Os livros me escolhem, derramam-se pelos corredores, debruçando-se nas prateleiras, implorando para que sejam levados. Alguns se produzem, capricham no visual e se posicionam sedutoramente diante de mim. Geralmente levam vantagem sobre outros, mais tímidos.


Ontem, algo saiu diferente. Depois de cruzar por dezenas de nomes norte-americanos, franceses, árabes e até mesmo colombianos, encontrei, nas prateleiras escondidas onde descansam as obras em língua portuguesa, um livrinho lilás-sem-graça com um palmo de altura e quatro linhas com letras irregulares e avermelhadas formando as seguintes palavras:


FERNANDO
PESSOA
Poesia completa de
Alberto Caeiro


Não li a orelha; não explorei o índice; não procurei, entre aspas, comentários de jornalistas importantes na parte de trás. Não senti falta de imagens impactantes na capa; não senti necessidade de um título intrigante, convidativo. Retirei-o da prateleira, passei a mão pela capa, segurei-o com as duas mãos e fui direto para o balcão. Paguei e fui para casa satisfeito com meu livrinho. Este - pensei no caminho - acho que fui eu que escolhi.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

:: Recomeço


Recomeçamos mais uma vez a continuação do que nunca acaba mas inventaram que acaba para termos a sensação de recomeçar. O meu recomeço desta vez teve como locação a cidade de Tiradentes, berço da Inconfidência Mineira.

Charmosíssima e pequena, em apenas um dia é possível conhecer todas as igrejas e museus, passear pelas ruas de calçamento de pedra, apreciar o casario colonial, beber água no chafariz que parece um altar, explorar as lojinhas de artesanato e tomar sorvete num banquinho do Largo das Forras, debaixo de um dos seus frondosos jequitibás.

E aí, nos outros dias é possível fazer aquelas coisas que se faz quando não se tem o que fazer: dormir a tardinha, ler um livro à beira da piscina, comer galinha caipira, feijão tropeiro e tutu, jogar baralho bebendo caipirinha.

E então as férias (?) chegam ao fim sem nem terem começado de fato. Uma dissertação precisa nascer. As contrações estão cada vez mais fortes e menos espaçadas, o que é bom sinal. Torço para que a criança chegue bem a este mundo, forte, saudável e bonita.