terça-feira, 20 de outubro de 2009

:: Ironia

Até hoje o post anterior jazia sem comentários. Estava temendo que meus leitores não tivessem captado a ironia e tivessem me abandonado de vez. Felizmente meus únicos 3 leitores são sagazes.

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Outro dia achei que o mundo tinha acabado e não tinham me avisado. De São Cristóvão até o Humaitá levo em média 10 minutos. Basta pegar a alça de acesso à Linha Vermelha em frente ao Pavilhão de São Cristóvão, seguir pelo elevado Paulo de Frontin, cruzar o Rebouças e pimba! Naquele dia o trajeto me custou uns bons (péssimos) 50 minutos. Por quê? Doze carros parados no Rebouças. DO-ZE. Dois estavam enguiçados. Os demais dividiam-se em dois ou três engavetamentos. Lentidão. Um inferno. Na saída do túnel, mais surpresas: um caminhão tombou debaixo de um viaduto e o acesso do Rebouças direto ao Humaitá precisou ser fechado. O apocalipse.

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Novembro ja surge no horizonte e cadê meu projeto de doutorado que não fica pronto? O que me mata é acreditar que sempre haverá tempo. E sempre há, de fato. O dia que não houver, aprendo. Ou não. Vamos ver como se desenrolam os próximos quatro anos.

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Pra mim já deu de 2009.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

:: Rastro de destruição

Esta semana li duas vezes a expressão 'rastro de destruição' no jornal O Globo.

Na primeira vez, a expressão figurava numa manchete na capa do jornal. O tema da reportagem era a ocupação de um laranjal, no interior de São Paulo, por manifestantes sem terra. O 'rastro de destruição' era, claro, obra do MST, este movimento criminoso que condena a justa e equitativa estrutura fundiária de nosso país. O discurso é bem interessante, aparentemente moderado: o jornal reconhece que a contestação do latifúndio improdutivo é válida mas pondera que invadir terras produtivas e destruir laranjais é vandalismo e o manifesto foi, portanto, injustificável. Procurei, mas não encontrei nenhuma menção ao fato de que as 'terras produtivas' do Grupo Citrale são, como tantas outras no país, griladas. Produtivas, mas griladas.

Na segunda vez, o 'rastro de destruição' foi deixado por outros vândalos: os pouco tolerantes usuários da Supervia que, no último dia 7, depredaram de modo mais uma vez injustificável o patrimônio público. Atos como este não têm perdão. Se pelo menos a passagem fosse cara, os trens ruins e o serviço prestado de qualidade duvidosa... Pobre da Supervia, que assumiu um sistema falido e o recuperou de forma magistral, praticamente prestando um favor à sociedade, nos oferecendo um transporte coletivo plenamente integrado à rede de transportes metropolitana. Os vândalos deveriam ter pensado um pouco melhor antes de tomarem atitude tão primitiva. Ainda bem que a opinião pública está aí, atenta, pronta pra criminalizar o pobre trabalhador usuário do sistema público de transportes.

Dois 'rastros de destruição' em uma só semana! Não vejo a hora de ler o que Veja tem a dizer sobre os casos. Sorte minha que recebi um presentão da editora Abril: como renovei a assinatura da National Geographic fui brindado com seis exemplares da imparcialidade da melhor revista semanal do país. Agora não fico mais desatualizado. Ufa!

sábado, 3 de outubro de 2009

:: Samba, relógio e não-interação

Samba é garantia de diversão. Fazia um tempinho já que não ia a um dos bons. Ontem paguei a dívida. E assumi outra: quarta-feira tem mais samba, com música e companhia da melhor qualidade.

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O meu despertador biológico não falha. Às 8h, pouco mais ou pouco menos, eu acordo. Durante a semana o trabalho exige um despertador artificial, pois às 7h já estou em sala de aula. Mas no fim de semana é batata. E isso é uma merda, porque não importa a hora em que eu durma, às 8h estou de pé.

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Passei no shopping e a praça de eventos estava toda equipada com material de divulgação do que suponho ser um desenho animado: Ben 10. Bonecos, cenários, espaço para brincadeiras. Mas o grande destaque era uma espécie de lan house com uma dúzia de computadores devidamente separados um do outro por pequenos biombos decorados com o tema do 'desenho'. Fiquei assustado com o fato de que o espaço para brincadeiras não-eletrônicas, interativas, coletivas, estava vazio. Vazio mesmo, tipo sem nenhuma criança. Enquanto isso, o espaço brinque-sozinho-sem-interagir-com-outros-seres-humanos-e-seja-uma-criança-menos-sociável estava abarrotado. Todos os computadores ocupados e fila de espera.

Eu ganhava o dia quando minha mãe pagava 10 minutos na piscina de bolinhas.

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