tag:blogger.com,1999:blog-54562596286039250322024-03-14T00:54:17.258-07:00:: RascunhoPensamentos soltos traduzidos em palavras.Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.comBlogger162125tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-46052545688324058252011-05-02T04:49:00.000-07:002011-05-02T06:47:02.739-07:00:: Dois pesos, duas medidas<div align="justify">Iraquianos comemorando a morte do Bush seriam primitivos, cruéis e "tipicamente muçulmanos". Assim seriam retratados. Americanos festejando a morte do Bin Laden são cidadãos orgulhosos da bem sucedida saga do bem contra o mal. Uma data cívica. Lágrimas e bandeiras. Não consigo naturalizar isso. </div><br /><br /><div align="justify"><br />------------------------------------</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify">Barbárie em 3 tempos. Nazistas na Alemanha orgulhosos do regime; Anti-ocidentais em algum lugar do Orente Médio festejando o 11/09; Defensores da moral, da liberdade e da democracia, celebrando a morte de Bin Laden nos Estados Unidos. Inspirado descaradamente no @rafucko.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVGhQelRRf8AjfBFT0T1knrvBw3ftcs2acwCNpuRgUWczKzXR0QKGfL7WbfV4TleQ9PMDPSQxhTAMssfCXlzRcyz7lQL1g5TzK66yal9AzgHIPqTR76NZ9eXciNIQO5nDJBmRYz8MXnQA/s400/parada+militar.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; FLOAT: left; HEIGHT: 253px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVGhQelRRf8AjfBFT0T1knrvBw3ftcs2acwCNpuRgUWczKzXR0QKGfL7WbfV4TleQ9PMDPSQxhTAMssfCXlzRcyz7lQL1g5TzK66yal9AzgHIPqTR76NZ9eXciNIQO5nDJBmRYz8MXnQA/s400/parada+militar.jpg" /></a><br /><br /></div><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><a href="http://www.ciadaescola.com.br/zoom/imgs/160/012.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 401px; FLOAT: left; HEIGHT: 247px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://www.ciadaescola.com.br/zoom/imgs/160/012.jpg" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><a href="http://media.jb.com.br/fotos/capa/2011/05/02/409x277crop/mortebinladen.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 409px; FLOAT: left; HEIGHT: 277px; CURSOR: hand" border="0" alt="" src="http://media.jb.com.br/fotos/capa/2011/05/02/409x277crop/mortebinladen.jpg" /></a>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-30561337704905131632011-02-16T14:58:00.000-08:002011-02-16T15:59:59.831-08:00:: Acampamento<div align="justify">Aí que eu tive que entregar o apartamento onde eu morava - onde eu morava porque aonde só se usa acompanhando verbo de movimento (aprendi depois de velho com minha amiga professora de português). Mas a obra na minha casa ainda está longe de terminar. A previsão é a primeira semana de março, o que tecnicamente nem é tão longe, mas eu trabalho mentalmente com a ideia de longe para poder evitar frustrações diante de atrasos e para permitir que o pedreiro me surpreenda positivamente.<br /><br />Sem apartamento e sem casa, meu destino era a rua. Mentira porque eu até recebi propostas de abrigo por parte de amigos. Mas aí eu vim acampar na casa da minha mãe. Ganhei uma porta de armário e a Marina ganhou outra. Meu irmão foi deslocado para a sala porque ele tem cama de casal no quarto e arrumar uma cama de solteiro na sala é mais prático. Isso faria dele mais acampado do que eu e Marina não fosse pelo fato de que ele tem quatro portas de armário e continua tendo acesso a todos os seus objetos pessoais - os meus estão encaixotados e as caixas estão empilhadas em um dos dois únicos cômodos que ficaram prontos na minha casa (junto a elas, estão meus móveis, desmontados e embalados em lona para evitar que uma crosta de poeira se acumule ao longo das próximas semanas).<br /><br />Pois bem, até o fim das obras sou morador do Flamengo, novamente vizinho da Suzana e vou trabalhar duas vezes por semana de bicicleta. Aceito convites para ir a praia nas manhãs de segunda e terça e para beber uma cervejinha nas tardes de sexta. Pode ser cinema também. Se as aulas de pandeiro forem retomadas, vou e volto caminhando da casa da Marianna, o que me parece saudável e contribui com meu projeto de perder os seis quilos conquistados durante as férias (não me critiquem porque o saldo ainda é bom: mantenho 4 quilos abaixo do meu peso de agosto passado).</div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-26400896304562904022011-01-23T01:28:00.001-08:002011-01-23T01:38:11.248-08:00:: malte, lúpulo e cevada.Foram dois encontros iniciados as 20h e encerrados por volta da 1h da manhã. Pilseners, Bocks, Pale Ales, Porters, Stouts, Weiss, Kolschs, Trappistas, Blondes... Em cada encontro pelo menos dez rótulos. Por segurança levei meu endereço anotado num papelzinho dentro do bolso. E como troféu, carreguei a garrafa da Tripel Karmelier pra casa.Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-59810689553864802332011-01-23T01:28:00.000-08:002011-01-23T01:29:50.177-08:00:: prestaçãoFaberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-9467142007526903642011-01-16T04:39:00.000-08:002011-01-16T05:23:46.080-08:00:: Nudez<div align="justify">Olha, eu tô longe de ser uma pessoa plenamente bem resolvida com meu corpo. Quando criança, tinha vergonha de ficar pelado na frente de qualquer um que não fosse minha mãe ou meu pai, ainda que eles não tivessem qualquer pudor em relação a nudez. Na adolescência, o corpo em transformação ampliou o pudor. Aos quinze anos, enquanto meus amigos já exibiam sovacos cabeludos e eu continuava com aquela bunda de neném debaixo dos braços, ir à praia exigia preparação psicológica para pensar que tava tudo bem, deixa isso pra lá e curte a praia com seus amigos. Atualmente rio disso tudo mas era uma coisa horrorosa. Ser adolescente é uma coisa horrorosa, aliás. Tantos padrões aonde se encaixar, tantas pessoas para não decepcionar, tantas regras pra descumprir...<br /><br />Mas eu tava dizendo que eu tive problemas com o nu. Hoje encaro de forma diferente e ainda que não saia andando pelado por aí - acho que mais por medo de ser preso por atentado ao pudor do que por qualquer outro motivo - penso que nosso corpo é lindo qualquer que seja sua forma ou cor e que os padrões aos quais os adolescentes (não só eles, mas principalmente eles) tentam se adequar são apenas prisões maquiavelicamente construídas em suas mentes pela propaganda, sempre ela.<br /><br />Tudo isso pra dizer que me incomodam certas reações diante do nu. Ontem fui assistir ao musical Hair, no Casagrande. Hair fala de repressão e de liberdade, de prisões e rebeliões, de rasgar normas de conduta, de assumir-se como se é, de identificar-se em qualquer um porque de algum modo todos somos iguais. Um dos personagens centrais vive um dilema muito comum: seguir seus instintos e viver a vida como ele realmente deseja ou vestir o uniforme do bom filho, conseguir um bom emprego, formar família e servir a pátria? O primeiro ato termina com uma cena na qual este personagem é desafiado por seus amigos, todos hippies, a despir-se de seus medos e a enfrentar a vida destemidamente. E então, à meia luz, todos em cena ficam nus. Todos, menos ele. A luz apaga. Intervalo de quinze minutos.<br /><br />Eu esperava ouvir comentários empolgados sobre a bela montagem do musical, sobre o profissionalismo da produção, sobre a encantadora voz do tal personagem, sobre os bailarinos, a orquestra, o cenário, o enredo, a atualidade da história passada em 1968. Mas eu ouvi que a cena da nudez era desnecessária, sem propósito. Olhei atônito pra minha mulher e quase propus ficarmos nus ali, em sinal de protesto. Mas preferi permanecer vestido e escrever no blog por temer que não houvesse wireless na cadeia.<br /></div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-53672249571994497172011-01-13T15:41:00.000-08:002011-01-16T04:39:36.630-08:00:: A Sombra do Vento<div align="justify">Tem esse livro, A Sombra do Vento, que eu comecei a ler em janeiro de 2010, parei de ler por algum motivo do qual já não me lembro e decidi retomar a leitura desde que ganhei, no Natal, o segundo livro do mesmo autor editado no Brasil pela Suma de Letras. Mais sobre o livro, olha <a href="http://www.editoras.com/objetiva/604-9.htm">aqui</a>.<br /><br />E aí que um personagem secundário na história tem tiradas incríveis. No início da história ele é um mendigo fedorento largado numa praça de Barcelona mas ganha espaço na narrativa ao começar a trabalhar na livraria do pai do personagem principal da trama. Descobre-se, mais tarde, que ele é perseguido por um chefe de polícia envolvido em torturas de inimigos políticos do regime franquista. Talvez ele seja um bandido, talvez ele não seja apenas um personagem secundário, enfim, eu ainda não terminei o livro. Mas fico torcendo pra surgir outro diálogo envolvendo o Fermín.<br /><br />Numa passagem, após um personagem homossexual ter sido preso e sofrido abusos terríveis na cadeia, uma mulher comenta que existem muitas pessoas malvadas no mundo. Fermín manda essa:<br /><br />- Malvadas não. Imbecis, o que não é a mesma coisa. O mal pressupõe uma determinação moral, uma certa inteligência. O imbecil é um selvagem que não para pra raciocinar, agindo por instinto convencido de que está fazendo o bem, de que sempre tem razão e orgulhoso de sair fodendo tudo aquilo que lhe parece diferente dele próprio, seja em relação à cor, credo, idioma, nacionalidade ou pelos hábitos que as pessoas tem nos momentos de ócio. O que faz falta no mundo é mais gente ruim de verdade e menos espertalhões limítrofes. E não me venham com deus porque a indústria do missal é parte do problema e não da solução.<br /><br />Em outra passagem, sobre o serviço militar obrigatório, atesta:<br /><br />- O serviço militar só serve para se descobrir a porcentagem de homens violentos na população. E isso se descobre nas duas primeiras semanas, não é preciso um ano. Exército, casamento, igreja e banco: os quatro cavaleiros do Apocalipse.<br /><br />Tem mais coisa que esqueci de marcar e não estou com paciência de buscar no livro, até porque deve vir mais coisa por aí. </div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-48651228835386476912011-01-11T06:46:00.000-08:002011-01-13T16:07:20.301-08:00:: Férias<div align="justify">E então começaram as obras e elas vão consumir todas as minhas férias (estranho falar das minhas férias como se elas fossem várias quando elas são apenas uma tudo por causa de uma questão linguística que determina que férias seja um substantivo plural).<br /><br />Não que eu esteja diretamente envolvido na execução das obras, mas orçar materiais, escolher ponto de instalação de tomadas, escolher cor de piso, azulejo e tinta, decidir sobre a posição da geladeira e tantas outras coisinhas do tipo faz com que minhas férias girem em torno da obra. Fora o fato de que eu tenho, por sugestões de diversos amigos que estiveram envolvidos com obras recentemente, que marcar presença na obra, dar uma fiscalizada - ainda que eu não entenda porra nenhuma de hidráulica e não saiba se massa acrílica e massa corrida são a mesma coisa.<br /><br />---<br /><br />Ontem fui ao Samba do Trabalhador no Clube Renascença e Moacyr Luz estava inspirado. A roda foi genial e no finalzinho caiu uma chuva de leve pra coroar a noite. As doses de glicose foram na Dominos.<br /><br />---<br /><br />Logo mais começa meu curso de degustação de cerveja no Her Brauer. Quando eu recuperar meus sentidos eu escrevo sobre a experiência do primeiro dia.<br /><br />---<br /><br />Preciso de sugestões e de companhia para programas diurnos para as minhas férias. Eu tô de bobeira mas a patroa aqui não, então é razoável estar com ela no fim de um dia de trabalho.<br /><br />Ainda que eu precise eventualmente dar aquela fiscalizada nas obras, quero ir a praia, ver uns filmes (cinema e dvd), assistir a algumas exposições (soube de uma de Cora Coralina), conhecer algum novo restaurante, passear por algum parque, subir o Pico da Tijuca, ler na Reserva do Grajaú...<br /><br />Inscrições e sugestões via twitter, facebook, sms ou comentário no blog.</div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-1948568933321924502010-11-01T04:17:00.000-07:002010-11-01T04:33:04.862-07:00:: Uma urna na careca do Serra<div align="justify">O mês estava pago e as edições de O Globo continuam chegando. Na capa de hoje, a eleição da Dilma não era uma escolha da nação, mas do Lula, que nos teria a enfiado goela abaixo. O Globo continua chamando seus leitores de marionetes ignorantes com o irônico objetivo de manipular e deturpar os fatos.<br /><br />A celebração da vitória deu lugar a um alerta: cuidado, Dilma tá esquentando a cadeira pro Lula voltar! Ah, é? Oba! Quando ele volta? Em 2014, já? Já é.<br /><br />Se a charge da capa fosse minha, no lugar da Dilma angustiada sem saber o que fazer com o cargo, eu colocaria uma urna eletrônica caindo no meio da careca do José Serra.<br /><br />Por dois motivos.<br /><br />Primeiro porque acredito que se surpreenderão aqueles que esperam que o Lula seja uma sombra da Dilma e que ela não consiga imprimir ao governo uma característica própria. Acho que Dilma terá pulso firme e controlará o governo muito mais tecnicamente que Lula e que ele vai ficar totalmente fora dos holofotes políticos, tocando seus projetos de relações internacionais. E, claro que as conjunturas podem mudar tudo, não acredito que Lula volte à cena política. Saiu por cima e deve preferir colher os louros destes oito anos o resto da vida.<br /><br />Segundo porque, numa eleição dominada por temas apolíticos, como aborto, religião e moral, não consigo deixar de pensar que o drama da bolinha de papel não tenha contribuído significativamente para que muitos eleitores do Serra pouco convictos ficassem envergonhados e mudassem de voto. Ou tenham ido à praia.<br /><br />Dito isso, torço pra não haver mudanças no Ministério da Educação. E me delicio ao lembrar que o Grupo Folha e as Organizações Globo perderam mais uma eleição. Daqui pra frente é ver qual vai ser.<br /></div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-2247445871834875122010-10-25T14:59:00.000-07:002010-10-25T15:01:35.810-07:00:: O dia em que cancelei minha assinatura<div align="justify">Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2010.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Ao Jornal O Globo,<br /><br />Eu não acredito na imparcialidade. Quando um jornal ou revista escolhem entre tantas notícias qual delas ganhará destaque, a parcialidade entra em ação ainda que se tente uma abordagem imparcial na cobertura do fato. Mas eu acredito na honestidade. Quando o jornal Folha de São Paulo emitiu sua posição de apoio a candidatura de José Serra não ganhou minha admiração, mas conquistou meu respeito. O Globo, ao se vender como neutro na cobertura desta eleição, mas praticar uma campanha descarada, suja e subliminar a favor de Serra, conquista meu repúdio.<br /><br />Não quero discutir ideologias, cada um tem a sua. Ou não as tem. Também não quero discutir notícias. Elas são fabricadas. Quero discutir fatos.<br /><br />Na segunda-feira, 18 de outubro, milhares de artistas e pessoas ligadas à área cultural assinaram manifesto em apoio à candidatura de Dilma Roussef. O Globo deu destaque não ao fato, mas a uma leitura particular de que se José Padilha, cujo nome constava na relação, não assinou o manifesto, então nenhum dos demais nomes deveria merecer nossa credibilidade. O manifesto foi um fato. O manifesto-fraude foi a notícia.<br /><br />Na quarta-feira, 20 de outubro, José Serra foi atingido por objetos lançados contra ele durante caminhada em Campo Grande, no Rio de Janeiro. A agressão partiu de uma pessoa, de livre manifestação e cuja conduta merece crítica. Esse foi o fato. Petistas atacam José Serra foi a notícia.<br /><br />Como ninguém conseguiu enxergar nada além de um borrão naquelas imagens de baixa resolução e tremidas, o Globo dedicou grande espaço no dia seguinte para tentar convencer seu público leitor de que aquilo era um objeto de tamanho considerável. Enquanto isso, lá no final da página, em letras menores, uma notinha: o Brasil atingia o menor nível de desemprego dos últimos oito anos e a renda média do brasileiro cresceu 6,2%. Esse era o fato, mas a careca do José Serra parecia ser muito mais importante para a nação.<br /><br />No último sábado, ao levantar pela manhã e buscar meu exemplar de O Globo na porta de casa, minha tolerância chegou ao fim. Na sexta-feira, o Jornal Nacional havia apresentado resultados da última pesquisa do DataFolha sobre a avaliação do Governo Lula: a melhor avaliação da história. Mas o que estava na capa de O Globo, hoje? “Lula sai do governo menor do que entrou”. Pra quem? Pro Aécio Neves? Mas e o que pensa a nação? Aécio vale mais que o Brasil para esta instituição?<br /><br />Estes são apenas exemplos destacados ao longo de uma semana. A prática é recorrente. O Globo sofre de um mal tradicional na grande mídia brasileira: o de se achar imprescindível e o de supor que seus leitores são suficientemente ignorantes para acreditarem que “verdades” e opiniões se confundem.<br /><br />Assim, ofendido, indignado e nauseado diante de tanto fedor emanando das páginas deste jornal, manifesto minha decisão – tardia, dirão alguns amigos – de cancelar minha assinatura.<br /><br />Faber Paganoto<br /></div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-13555035822428909842010-10-20T17:23:00.001-07:002010-10-20T17:31:23.995-07:00:: Delicadeza<div align="justify">Eu dirigia vagarosamente, com o pisca alerta ligado, numa rua de mão dupla com apenas uma pista de subida e uma de descida. Nas laterais, carros estacionados paralelamente à rua e eu esperava encontrar uma vaga entre eles. Achei. Já havia percebido que desde que havia entrado naquela rua, um carro me seguia bem de perto, e quando parei para fazer a baliza e estacionar o carro obviamente não consegui porque o carro que me perseguia estava coladinho na minha traseira. Suspirei. Abri o vidro. Coloquei a mão para fora e sinalizei que queria estacionar, que ele cortasse pela esquerda, não vinha carro nenhum na contra-mão (não vinha ao longo de todo o processo, aliás). O carro deu uma breve ré, embicou para a esquerda, mas antes de passar por mim, encostou. O motorista abriu a janela. Um senhor, de uns 60 anos, talvez um pouco menos. E então ele perguntou "onde foi que você fez aula de direção?". Minha vontade foi de responder que independente de onde tivesse tido aulas de direção, certamente teria sido em algum lugar melhor que aquele onde ele havia aprendido, pois me ensinaram que pisca alerta significa parada repentina a qualquer momento e me ensinaram, ainda, que em qualquer circunstância devemos primar pela direção defensiva, mantendo distância de segurança em relação aos carros da frente. Mas ele perguntou aquilo e foi seguindo, devagarzinho. Não haveria tempo. Então tive que ser objetivo e usar de toda a minha delicadeza para dizer "Vai-tomar-no-olho-do-seu-cu-velho-filho-duma-puta!!!" </div><div align="justify"> </div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-76252409620376017732010-10-17T18:50:00.000-07:002010-10-17T18:51:36.769-07:00:: Debate Folha/Redetv<div align="justify">As ações da Petrobras se valorizaram em função do crescimento de Serra nas pesquisas, né? Aí eu pergunto: ações valorizam-se e desvalorizam-se por quê? Especulação. E quem ganha com especulação? Especuladores. Baderneiros endinheirados que ganham dinheiro virtual em cima de nada. Eu não quero entregar meu país a especuladores financeiros internacionais.<br /><br />A telefonia avançou desde que FHC e Serra privatizaram a telebrás, né? Aí eu me pergunto: será que o peso maior nesse processo de capilarização do acesso a telefonia não cabe aos avanços técnicos que permitiram o barateamento das redes de telefonia? E me pergunto ainda: será que as pessoas se dão conta de que o custo das tarifas básicas de serviços que foram privatizados, a saber, telefonia e energia, passou de 10% para 23% da renda média do brasileiro entre 1998 e 2008?<br /><br />Quem pensa um pouquinho vota na Dilma. Quem pensa um pouquinho execra o Serra. Quem pensa um pouquinho não acredita na Veja, na Folha, no Globo e no discursinho de valorização do patrimônio público que o Serra faz na TV. </div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-69476190341537094762010-10-11T10:33:00.000-07:002010-10-11T10:53:18.694-07:00:: Aborto e outros conservadorismos<div align="justify">Poucas coisas me irritam mais do que conservadorismo. Se os rumos dessa eleição mudarem em função da temática do aborto, vai ser repugnante.<br /><br />Sou a favor do aborto, da legalização das drogas e do casamento homossexual.<br /><br />Não porque eu queira abortar, fumar um baseado ou me casar com outro homem. Sou a favor por dois motivos fundamentais.<br /><br />O primeiro, porque não importa o que eu quero pra mim, qual a minha verdade, quais as minhas crenças e os meus valores. Importa que eu vivo em uma sociedade diversificada e como tal, devo respeitar interesses alheios aos meus.<br /><br />O segundo, porque aborto, uso de drogas e casamentos gays já acontecem. Achar que a ilegalidade impede sua existência é ingênuo e inócuo. A questão é que ao legalizar, muda-se o foco do debate. A mulher que aborta clandestinamente, por exemplo, passaria a fazer o que já fazia de forma mais segura, bancada com recursos próprios ou do governo, dependendo de sua renda. O usuário de drogas deixaria de ser um caso de polícia e passa a ser um caso de saúde pública. E os gays poderiam garantir direitos tão caros aos casais heterossexuais, como o compartilhamento de bens.<br /><br />Me parece primitivo que as pessoas que são contra essas questões se incomodem tanto com sua legalização. Ora, eu não vou passar a injetar heroína se o seu consumo passar a ser legalizado. Nem vou usar o aborto como método contraceptivo ou casar com meu amigo mais próximo.<br /><br />Você não gosta? Não usa? Acha errado? Ok. Direito seu. Mas o mundo não gira entorno do seu umbigo.<br /><br />A seguir, as capas de Veja, em 2010 e em 1997.<br /><br />Na capa desta semana, a condenação de Dilma, a candidata malvada, que defende o aborto, essa coisa do capeta. O Brasil não pode ser governado por alguém assim. E o direito à vida?<br /><br />Na capa de 1997, celebridades brasileiras assumem ter feito aborto, esta prática coerente com a autonomia reprodutiva e que deveria ser defendida por um Estado laico.<br /><br />Mudar de lado ao sabor do vento. Veja só que ironia...<br /><br /><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ykaExp8yTO8M9ViW4JmMd4Kd2YlnQ4iV3nD_L0qah7cIMXY7rvPU7qSnHKW1DV1cje3pHTrtbDMtM28utN9-1b_iIx6qCKoWj_0LZXpQsYufsDZERAVLGyIUi-mM1nzk1ODXZkgD-2w/s1600/1_a_ae_capa_da_veja_desta_semana.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 155px; DISPLAY: block; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5526843470784822466" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ykaExp8yTO8M9ViW4JmMd4Kd2YlnQ4iV3nD_L0qah7cIMXY7rvPU7qSnHKW1DV1cje3pHTrtbDMtM28utN9-1b_iIx6qCKoWj_0LZXpQsYufsDZERAVLGyIUi-mM1nzk1ODXZkgD-2w/s320/1_a_ae_capa_da_veja_desta_semana.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgxpVI4svghNXrsdEvhDLB7vFgnZgbWbtREdP7iVU8KwGWkNvI9ull7GXKcbVVLKahNdefKn_9Jzn4SMtyjIpRplyln6XM_l_eOLnmwybRjGFW4d_glETALR73RUGNBCvfn_xj4ylLL5c/s1600/1_a_ae_capa_veja_1997.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 155px; DISPLAY: block; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5526843208688797106" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgxpVI4svghNXrsdEvhDLB7vFgnZgbWbtREdP7iVU8KwGWkNvI9ull7GXKcbVVLKahNdefKn_9Jzn4SMtyjIpRplyln6XM_l_eOLnmwybRjGFW4d_glETALR73RUGNBCvfn_xj4ylLL5c/s320/1_a_ae_capa_veja_1997.jpg" /></a>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-40510614946933015872010-09-11T16:45:00.000-07:002010-09-11T17:01:31.367-07:0011 de setembro<div align="justify">Hoje, na TV paga, diversos programas especiais lembravam os atentados de 11 de setembro. De 2001. Nenhuma menção, porém, fazia referência ao 11 de setembro de 1973. Um absurdo.<br /><br />O ataque às torres gêmeas do WTC em Nova Iorque é lamentável. Mas colocado da forma como é, pode passar a impressão - e não me parece que seja acidental - de que os Estados Unidos, defensores da paz universal, foram traídos e atacados cruelmente em seu território.<br /><br />Terrorismo maior foi cometido em 1973, num mesmo irônico 11 de setembro, quando caças da força aérea chilena, instigados, financiados e protegidos pelas forças militares estadunidenses, abriram fogo contra o palácio presidencial, assassinando o presidente Allende, democraticamente eleito e empossado e dando seu posto ao sanguinário ditador Augusto Pinochet.<br /><br />Fazem 37 anos.<br /><br />------------------------------<br /><br />Um outro cruel e repugnante ataque terrorista já havia sido cometido anos antes, em 1945. Duas bombas de hidrogênio devastaram cidades inteiras e junto delas 250 mil vidas. O terrorista não era árabe. E com a guerra já ganha, o objetivo dos ataques não era qualquer outro se não o de promover o terror e o medo, anunciando uma nova geopolítica mundial. </div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-32875583913148894502010-08-30T17:27:00.000-07:002010-08-30T17:37:13.665-07:00:: Biscoito da sorte<div style="text-align: justify;">Eu tenho sérios problemas com novidades. Acontece algo novo comigo ou eu me envolvo em alguma situação nova e eu não consigo segurar comigo por mais de um dia. Mentira. Não consigo segurar por mais de uma hora.<br /><br />Aí que na terça passada aconteceu essa novidades e lá fui eu disparado contando pra geral. Eu sempre penso que não devo contar sobre meus planos antes de eles se concretizarem porque pode dispersar a energia do projeto, expôr a olho gordo e essa coisa toda, mas minha língua costuma ser mais rápida e aí quando me dou conta já foi.<br /><br />Isso é só com as minhas novidades. Eu guardo segredos quando eles são dos outros, tá?<br /><br />E aí que esta sexta eu pedi Frango ao Molho de Gengibre no China in Box e no meu biscoito da sorte veio dizendo assim: 'não conte sobre seus planos por enquanto'.<br /></div><br />Então, se você não faz ideia do que eu tô falando, se fudeu. Marca um dez aí que depois de tudo estar concretizado eu conto pra você.Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-408799836970548012010-08-09T09:57:00.001-07:002010-08-09T19:02:18.290-07:00:: O novo euA despeito dos incrédulos, um novo eu está nascendo. O novo eu pretende perder uma boa quantidade de quilos até o fim do ano. Papo de dois dígitos.<br /><br />O novo eu bebe menos, mas não é menos sociável e nem dispensa boas companhias na mesa do bar. Mas vai de Coca Zero ou Abacaxi com Hortelã. Sem açúcar. Porque o novo eu também tá cortando açúcar da sua vida. Mas o novo eu não é mais amargo do que o antigo eu. E nem dispensa doces. Mas vai de Nestlé 50% de Cacau sem açúcar ou Carte d'or framboesa 0% de gordura.<br /><br />O novo eu não é radical e abrirá exceções quando julgar necessário.<br /><br />O novo eu quer ficar mais magro e saudável, mas abdômem de tanquinho não é um objetivo. Porque o novo eu é sensato e razoável. Tem pé no chão.<br /><br />O novo eu não tem espírito evangelizador e não pretende arrastar a todos para seu novo estilo de alimentação. Os amigos podem ficar tranquilos.Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-70170609714914485982010-08-06T20:56:00.000-07:002010-08-06T21:32:38.635-07:00:: Me desanima<div align="justify">Se tem uma coisa que me desanima é resolver ter vontade de ir ao Outback. Porque seria tão mais fácil ter vontade de ir ao, sei lá, Mc Donald´s, mas não, às vezes dá vontade de ir ao Outback, e geralmente isso acontece faltando quinze minutos para as nove da noite, quando uma lista infindável de mesas já se coloca entre você e a tão desejada Ribs on the barbie. Não curto aguardar 3 horas por uma mesa. Não curto esperar 3 horas por coisa alguma. Nem de graça. Ainda mais pagando caro por isso. Aliás, outra coisa que me desanima é perceber que você continua pagando caro por algo que ou perde tamanho ou qualidade. A cebola e a ribs do Outback, por exemplo. Ou eu cresci e meu referencial mudou ou elas diminuiram significativamente, embora os preços tenham permanecido os mesmos e as filas estejam cada vez mais longas.<br /><br />Hoje, há algumas horas:<br /><br />- Oi, mesa pra dois, por favor.<br />- Qual o nome?<br />- Coloca no nome da Marina (eu sempre falo o nome dela porque também me desanima ter que soletrar meu nome. Faber. hein? Fa-ber. Fábio? Não, F-A-B-E-R.). Quantas mesas estão na nossa frente?<br />- hummm, 72, senhor.<br />- Oi?<br />- 72.<br />- Não, obrigado.</div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-3274611621807441272010-07-30T13:14:00.000-07:002010-07-30T14:04:47.923-07:00:: Considerações sobre Salvador<div align="justify">Passei uma semana na Bahia. Minha primeira semana na Bahia. Arraial d'Ajuda, Porto Seguro e um show do Olodum não estavam no roteiro. O destino principal estava a 7 horas a oeste de Salvador, dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina e atende pelo nome de Vale do Capão. Foram 5 dias de sensacionais cafés da manhã, necessários aos muitos quilômetros de trilhas. Foram 5 dias intensos de muito banho quente pra relaxar os músculos. 5 dias de belas visões, cachoeiras fantásticas e sem nenhum celular por perto.<br /><br />Sobraram 2 dias para dedicar à Salvador. Não foram suficientes para conhecer tudo o que se poderia conhecer, mas foram suficientes para listar algumas impressões acerca da cidade, de seus habitantes e de suas configurações socioespaciais. As impressões listadas a seguir não têm validade estatística, são pessoais e intransferíveis e podem soar preconceituosas, mas não intencionalmente. Reclamações com o gerente. Grato.<br /><br />1. Salvador não é festa o ano inteiro. Um dos dias que tive na cidade era uma 2a.feira e a noite não oferecia nenhuma alternativa senão jantar e dormir.<br /><br />2. Baianos não são tão vagarosos quanto o estereótipo atesta. Os serviços dos quais dependi foram eficientes e as pessoas muito solícitas, à exceção do responsável pelo hostel onde me hospedei.<br /><br />3. O sotaque é contagiante. Eu pego sotaque com muita facilidade e costumo temer que as pessoas pensem que estou debochando. Mas, olha, falei cantando e iniciei quase todas as minhas frases com 'oxi' durante o tempo em que lá estive. Sem medo de ser feliz.<br /><br />4. A cidade tem prédios muito altos e muito estreitos, o que não é esteticamente muito agradável aos olhos. Não aos meus. Mas é surpreendente a ausência completa de prédios com mais do que cinco ou seis andares na orla. Se é limite de gabarito, não sei. Nem sei se Salvador tem Plano Diretor. Mas na orla tem-se a sensação de estar em Cabo Frio nos anos 80. Uma delícia.<br /><br />5. Ônibus não deveriam ter buzina. Porque podem usar. E, vou te falar, em Salvador os motoristam usam.<br /><br />6. Ou soteropolitanos adoecem pouco ou a Pacheco ainda não descobriu o potencial de Salvador. Precise de uma farmácia e você estará numa situação delicada.<br /><br />7. Pobreza e riqueza dividem o mesmo quarteirão. Prédios luxuosos são vizinhos de sobrados com a fachada enegrecida e corroída. Interessante contraste em microescala, incomum no Rio.<br /><br />8. Os prédios residenciais da cidade são de uma arquitetura bem mais ousada que no Rio. Listras, pilotis, formas geométricas complexas, cores fortes, recuos e avanços... Isso não é necessariamente uma coisa boa.<br /><br />9. Pra ajeitar o trânsito da cidade, só transferindo Salvador pra uma planície. Imaginem Santa Teresa ampliada pra escala da metrópole. Imaginou? Então...<br /><br />10. O metrô de Salvador (previsto pra ser inaugurado no ano que vem há dez anos) é o melhor assunto pra puxar conversa. Todo mundo tem um comentário a fazer.<br /><br />11. Todos os caminhos levam à rótula do Abacaxi. E eu ainda não sei se o nome tem a ver com a fluidez do trânsito ali: um abacaxi difícil de descascar.<br /><br />12. Trocadores não dobram notas. Amassá-las é muito mais legal.<br /><br />13. Tudo é longe.<br /><br />14. Taxi é caro pra cacete.<br /><br />15. Andar de ônibus é muito fácil. Sério.<br /><br />16. A cidade inteira está em obras/ em ajustes/ em reparos para o seu maior conforto e comodidade.<br /><br />17. Não, a água do mar não é morna. Não no inverno, pelo menos.<br /><br />18. Vinícius convenceu a todos os baianos que passar uma tarde em Itapoã é o melhor programa. Não é.<br /><br />19. Biribiri não é o melhor sabor de sorvete que você pode escolher na Sorveteria da Ribeira, mas jaca é.<br /><br />20. Lendo isso aqui tive a sensação de que eu mais não gostei do que gostei de Salvador, mas nem é verdade. Webjet e Gol voam regularmente com preços bastante em conta pra lá. Vale a pena.<br /><br />21. Salvador nunca sai certo ao digitar pela primeira vez. Slavador. Slavador. Salvador.</div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-12619597604974068102010-06-30T11:16:00.000-07:002010-07-11T13:54:44.869-07:00:: O leitor<div align="justify">Houve um tempo em que eu achei que conseguiria manter esse blog em atividade escrevendo apenas coisas significativas sobre o aparentemente não-significativo. Houve um tempo em que isso parecia realmente possível. Escrevi sobre as cores que quebram o cinza da cidade, sobre o tempo, sobre o tempo novamente e mais uma vez sobre o tempo, sobre a influência do olhar dos outros sobre nossa concepção de nós mesmos, sobre palavrões, sobre medos, sobre o uso de risca de giz em acessórios nada clássicos - e sobre o estranhamento que isso pode causar, sobre angústias, sobre mim, sobre ninguém, sobre um monte de coisa e sobre coisa alguma. </div><p align="justify">Aí me dei conta de que não era tão possível assim. Primeiro porque eu não tenho um olhar tão analítico sobre o cotidiano como eu um dia supus ter. Muitos detalhes belíssimos me têm sido apontados pelos outros, nao por meus olhos. Depois porque eu não sou nada disciplinado para me obrigar a escrever sempre. E escrever é certamente o tipo de coisa que quanto mais se faz, melhor se faz. Tá, nem sempre. E eu não tenho conseguido escrever nem quando sou obrigado por agentes externos. Quando depende de agentes internos, aí babou. </p><p align="justify">Eu leio o blog de algumas pessoas, algumas queridíssimas, outras apenas conhecidas do mundo virtual, que escrevem de forma gostosa e clara sobre questões leves e questões duras, sobre coisas básicas e sobre coisas polêmicas. E aí eu fico pensando que, puxa vida, viva a diversidade, porque se todo mundo escrevesse bem como essas pessoas talvez ninguém desse o devido valor ao que elas escrevem. E aí bate aquela vontade de escrever também e aí eu abro o blog e não vem nada. Porque não é pra ser assim, né? Então, ao invés de ficar melancólico por isso, decidi ficar orgulhoso do talento dos outros. Babando diante de seus textos. Enquanto isso, sigo dando minhas aulas que é o que acho que faço melhor. E ninguém me segura na batucada! (sinto falta do 'ponto de ironização').</p>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-6196404912743055632010-06-06T09:28:00.000-07:002010-06-06T09:36:58.442-07:00:: O poder da imagem<div align="justify">Cena 1:<br /><br /></div><div align="justify">A pessoa tem um imóvel e pretende vendê-lo. Alguém sugere que ela fotografe os ambientes e utilize o serviço de vendas online de uma imobiliária de confiança.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Cena 2:<br /></div><div align="justify">A pessoa anuncia o imóvel e pubica estas imagens:</div><div align="justify"><br /></div><p><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5479699589296934002" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZPwl86YR-f5UlytkGIcnveYaqECERj9rE39M8K3WMqlMSLQTsiFgvnnArpe5WfvyPyjiIzILaySW4zCzNB_0uRKgeykFhvU832Xow-w3w2l7yEH7ku2dBhhemrSeQ5ec9YF0_ypNR2bo/s320/horror+2.bmp" /><br /><br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5479699185513336002" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjIqyx4QyCXVcgq-2cSXrO9hQUuv-zHu4xZ665FXP5Z9zWbPo1CD5MJxYC4Ihu_t0f8lrb9jx5CBep_qS3JvC7Lth4h6SOmLOzTykPbC1UTn-CNzwQejzNvTdbFEOHWqQHMWjKNGX0jos/s320/horror.bmp" /> </p><p><br />---------------------------- </p><p>O gosto individual é um dos maiores mistérios da humanidade. </p><p> </p>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-79755691950805675482010-06-02T04:41:00.000-07:002010-07-04T17:23:22.226-07:00:: Vai Planeta! e Caipirinhas<div align="justify">Outro dia, numa dessas manhãs em casa em função de feriados futebolísticos (que já começam a deixar saudade), liguei a TV num canal de desenhos e assisti ao Capitão Planeta. Se você nasceu depois de 1990 e está lendo isso aqui, provavelmente não sabe do que estou falando. Mas o Capitão Planeta era um dos meus desenhos animados preferidos. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Não pude deixar de me espantar com a qualidade da animação. Com a baixa qualidade, quero dizer. Poucos movimentos, cores mortas. Não era essa a minha percepção na época, obviamente, e isso me intrigou bastante. É impressionante como a evolução das técnicas de animação faz com que fiquemos monstruosamente exigentes.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">------------------------------------</div><p align="justify"><br /> </p><div align="justify"></div><p align="justify"><br /> </p><div align="justify">Eu continuo não escrevendo aqui sobre minhas experiências com o CouchSurfing. Vacilo meu. Mas preciso registrar algo que me surpreendeu demais e positivamente. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Em março hospedei aqui em casa a Nhat Ann, vietnamita adotada aos 8 anos por um casal francês, sua amiga Lilah, francesa e seu namorado Vük, bósnio. Elas foram estudar arquitetura na Califórnia, onde conheceram Vük , com quem resolveram fazer uma viagem ao Brasil. Ficaram aqui por uns três dias apenas, mas eu estava de férias e pude fazer muita coisa junto deles. Numa das noites aqui em casa, resolvi fazer caipirinhas e, como sempre acontecia, tive que improvisar alguma estratégia para socar os limões, já que só me dava conta de que não tinha acessórios adequados para a preparação de drinks quando decidia prepará-los.</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Fazem umas duas semanas que recebi uma caixa pelo correio. Selo americano. Endereço da Califórnia. Dentro, um copo grande de vidro, um socador de madeira, dois acessórios para medir bebidas em aço inox e um misturador. Tinha uma carta também, onde o Vük agradecia a hospitalidade e dizia que queria contribuir para que mais couchsurfers experimentassem minha caipirinha. Achei o máximo. </div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-56892594028902327252010-05-31T04:05:00.001-07:002010-05-31T04:21:05.685-07:00:: Notas<div align="justify">Um sofá, algumas almofadas, vinho, penne aos quatro queijos, 'torradas italianas e azeitonas gregas' (piada interna! ahaha). Dando vida a tudo isso, um improvável e delicioso grupo de amigos. Quero mais o quê?</div><div align="justify"> </div><div align="justify">------------------------------</div><div align="justify"> </div><div align="justify">O primeiro semestre no doutorado tem sido mais leve do que eu poderia supôr. É verdade que parte da leveza resulta da minha pouca disposição em ler o que eu deveria ler, o que reduz sensivelmente a carga de leitura. Mas ainda assim. </div><div align="justify"> </div><div align="justify">------------------------------</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Retomei minhas aulas de pandeiro. Não sei se terei mais progressos que na primeira investida, mas dessa vez trago a vantagem de ter duas companheiras de classe que valem cada encontro. Quer dizer, já tô no lucro. Tacaracataca!</div><div align="justify"> </div><div align="justify">------------------------------</div><div align="justify"> </div><div align="justify">Passagens compradas, algumas reservas confirmadas. Fica faltando comprar alguns equipamentos e acessórios que se farão necessários. A ansiedade já tá prontinha, só não coloquei na mochila ainda porque a mochila é um dos equipamentos a serem comprados. Chapada Diamantina, here we go!</div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-80156422271976250702010-05-14T17:04:00.000-07:002010-05-14T17:19:35.593-07:00:: Raízes<div align="justify">Tem muita gente babaca no mundo, mas também tem muita gente legal. E eu tenho tido sorte de conhecer mais pessoas do tipo legal. Essa semana, por exemplo, recebi em minha casa o Carlos e a Majo, dois chilenos residentes na Califórnia que resolveram cruzar as Américas a bordo de um carro movido a óleo de cozinha usado. Eles abriram mão de tudo: venderam casa, carro, encerraram a vida que levavam e mergulharam de cabeça nessa aventura que já dura seis meses. Partiram de Oakland em novembro de 2009, cruzaram a América Central, desceram a costa brasileira e seguem até o Chile pela Patagônia. Ao longo da viagem, registram iniciativas de povos latinos para viverem de modo mais sustentável. Quando encerrarem a jornada ainda não sabem o que vão fazer, mas já precisam pensar em alguma coisa pois no meio do caminho a Majo engravidou. Durante os quatro dias que ficaram no Rio, visitaram uma das escolas em que trabalho para conversar com os alunos sobre sua experiência e sobre nossos impactos no planeta e fomos juntos ao Maracanã ver o Universidad de Chile esculachar o Flamengo. Amo minha vida e não tenho muito do que reclamar, mas se tem uma coisa que invejo é essa falta de raízes que certas pessoas têm. </div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-82533494245012554652010-04-13T18:45:00.000-07:002010-04-13T18:48:26.956-07:00:: Sobre chuva e culpa<div align="justify">288 mm de chuva em 24 horas. Mais que a média mensal. Combinação de um dia quente e de grande evaporação com a chegada de uma frente fria carregada de umidade. Muita água de uma vez só. Para escoar, rios canalizados e redes pluviais deficientes e parcialmente entupidas. A maré alta prejudicou o fluxo dos rios e a água acumulou. Enchente. Atrasos, compromissos cancelados, dificuldade para chegar em casa, carros perdidos.<br /><br />A tragédia podia parar por aí, não fosse a geografia peculiar da cidade do Rio de Janeiro, repleta de encostas. A tragédia podia parar aí, não fossem essas encostas densamente ocupadas por populações pobres. Muita chuva, solos encharcados, ausência de cobertura vegetal, peso das construções. Deslizamentos. Casas perdidas, vidas perdidas. Desastre.<br /><br />"A culpa é de toda a sociedade", disse Cabral. "Ninguém mandou construir em encosta. Cavou a própria cova", disse o caixa do supermercado onde eu fazia compras dois dias após a tragédia no Morro do Bumba, em Niterói.<br /><br />Fico me perguntando como há pessoas que acreditam que a decisão por construir em encostas, várzeas ou qualquer outra área de risco foi de fato uma escolha. Que outra escolha poderia haver? Viver em áreas regulares? Com que dinheiro? Viver na periferia? Com este sistema de transportes que te rouba 5 horas diárias entre idas e vindas do trabalho?<br /><br />Política habitacional? Oi? Geração e distribuição de renda? Hein? Articulação de redes e subsídios aos transportes? Ahn?<br /><br />No final, a culpa é sempre da vítima. E agora há mais um forte argumento para obter apoio da opinião pública para a remoção de favelas. "É para o bem dessa população". Depois da Nova Sepetiba do Garotinho vem aí a Nova Conchinchina do Paes e do Cabral. E onde não há mais favela, refestela-se o capital imobiliário, remunerado e satisfeito. Mais encostas livres para plantar verde e acumular verdinhas.<br /></div><span style="font-size:78%;">Publicado originalmente no blog-istmo.</span>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-3199262418259349582010-04-13T18:02:00.000-07:002010-04-13T18:47:53.497-07:00:: Perspectiva e medos coletivos<div align="justify">Perspectiva. Tenta falar aí. Ou você come o 'erre' (pespectiva) ou o 'esse' (perpectiva). Neste último caso, além de falar errado, você PARECE falar errado. Perpectiva é feio demais.<br /><br />A terceira possibilidade é falar certo: perspectiva. Mas aí só rola se você for do interior de São Paulo. Caso contrário, fica muito, muito estranho.<br /><br />-----------------------<br /><br />Quase que apocalipticamente, o Rio foi devastado por dias seguidos de intensa chuva. Além de todas as consequências óbvias e arduamente exploradas pela imprensa existe uma outra que me chamou atenção: o medo de chuva que eu sentia quase que exclusivamente é agora um medo coletivo. Basta uma trovoadinha, uma nuvem negra, umas gotinhas de chuva e o povo já fica tenso. Repara só.<br /></div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5456259628603925032.post-42570930794339320422010-03-14T14:16:00.000-07:002010-03-14T15:09:57.284-07:00:: Medo de chuva<div align="justify">O ano era 2005 (ou 2006, mas isso é pouco importante) e aquele foi um mês de março tão molhado quanto o que vivemos agora. Não guardo lembranças da temperatura, mas duvido que tenha sido tão quente quanto este março infernal. Enfim, a história se passa num mês de março chuvoso e aceitavelmente quente há quatro ou cinco anos.<br /><br />O dia era sexta-feira, e disso não tenho dúvidas. O programa da noite era beber no Bar Luiz, na rua da Carioca e eu estava na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré. O trânsito até lá me tomaria algumas horas mas minha namorada só sairia do trabalho dali a um tempo e eu não tinha outra alternativa senão fazer hora no trabalho. Na verdade eu podia fazer hora no Bar Luiz, sozinho, mas na Maré tinha ar condicionado e msn.<br /><br />Embora o barulho distante me certificasse de que chovia, não poderia imaginar que lá fora um dilúvio se armava. E eu provavelmente saberia do dilúvio tarde demais se não fosse pelo detalhe de que o galpão em que foram construídas as salas da instituição em que eu trabalhava ficava a cerca de meio metro abaixo do nível da rua, o que em caso de dilúvios criava (cria ainda?) uma pressão sobrenatural sobre as tubulações de água e esgoto. O fato é que eu estava feliz e contente me distraindo no msn com alguns amigos quando fui surpreendido por um chafariz que jorrava do sanitário e do ralo no banheiro.<br /><br />Talvez tenha sido mais lento do que o que consigo lembrar mas a sensação é a de que não foram necessários mais que 20 minutos para a água que jorrava, somada a água que entrava agora pela porta da frente do galpão, alcançasse dois palmos de altura, inundando todas as salas e me impondo a missão de ter que salvar livros, computadores e demais bens da instituição. Era sexta e era tarde, como disse, e portanto só contei com a ajuda de outros dois colegas, Chico e Valdean, que ainda estavam na área.<br /><br />Muita coisa foi salva, mas quando a água chegou às tomadas achamos prudente deixar o local e foi só então que me dei conta de que meu carro recém adquirido estava lá fora, com a água já cobrindo os pneus (Ahá! Era 2006, pois comprei o carro em junho de 2005). Entrei no carro e saí dali. Não sabia muito o que fazer, pois a Avenida Brasil inundada me esperava uns 20 metros adiante. Por sorte consegui subir num posto de gasolina e ali passei algumas horas. Muitas horas. Das 18h as 2h da manhã para ser mais específico.<br /><br />Ao longo destas oito horas de espera, ilhado num posto lotado de outros náufragos, vi dois ônibus de turismo perderem o controle e serem empurrados pela correnteza um contra o outro, um carro dos laboratórios Sérgio Franco cheio de amostras de fezes e urina tombar (o que me fez imaginar que a empresa tenha solicitado ao seguro a condição de perda total) e um grupo de pessoas abrirem a marretadas as portas do depósito da Ortobom e de lá levarem muitas dezenas de colchões ensopados. Vi alguns motoristas sendo assaltados, um assaltante sendo espancado por não conseguir fugir em meio a tanta água, e muitas outras coisas menos impactantes que as já registradas aqui.<br /><br />Durante algum tempo não conseguia falar com minha namorada pra saber se ela estava segura e para dizer que eu estava vivo. A chuva parou depois de algumas horas mas a água não parecia muito interessada em baixar. Só quando senti que havia condições mínimas de deixar o posto segui meu caminho, ainda receoso de encontrar outros bolsões d'água até meu destino. Cheguei em casa bem.<br /><br />Não consigo lembrar de sentir medo de chuva quando era criança ou adolescente. Mas hoje se começa a chover tenho uma sensação estranha, mistura de ansiedade e inquietação. Medo. Hoje tenho medo de chuva. Com raios e vento então... Deve ter alguma coisa a ver com esse episódio de 2006, né?<br /><br /></div>Faberhttp://www.blogger.com/profile/05754019469270282375noreply@blogger.com5