Eu fecho com o ursinho aí da charge: na minha lista de lugares prioritários para serem conhecidos, os gelados estão no topo. Quem sabe quanto tempo eles vão durar, né?
domingo, 30 de setembro de 2007
domingo, 23 de setembro de 2007
:: Pedalar
Hoje peguei minha bicicleta e pedalei do Aterro do Flamengo até o Arpoador e do Arpoador voltei até a Praia de Botafogo. Vi flamboyans anunciando que a primavera chegou pra valer, ouvi maritacas dizendo que o dia estava lindo e senti a brisa em meu rosto. Notei uma cobertura cheia de verde em meio a tantos prédios sem vida em Copacabana e pude ouvir o silêncio de uma passeata que anunciava, com faixas, o dia dos surdos. No Posto 6 algumas famílias compravam peixes frescos e no Posto 2 alguns cartazes davam destaque a alguns filmes da Mostra de Cinema. No Aterro uma menininha corria e gargalhava ao ver os pombos voarem com medo de sua aproximação e um bulldog francês bebia água de côco aos pés de um casal vestindo roupas leves de corrida.
Não existe sentido em pedalar se o objetivo não for alcançar lugares, passar por eles, notá-los. Tem gente que pedala parado, em bicicletas que não se movem. Nunca consegui mais do que cinco minutos. Quando se pedala para atingir algum número no cronômetro, a única coisa que se consegue é perceber quanto tempo se leva para chegar a lugar nenhum.
Não existe sentido em pedalar se o objetivo não for alcançar lugares, passar por eles, notá-los. Tem gente que pedala parado, em bicicletas que não se movem. Nunca consegui mais do que cinco minutos. Quando se pedala para atingir algum número no cronômetro, a única coisa que se consegue é perceber quanto tempo se leva para chegar a lugar nenhum.
:: Um sorriso
Sabe aquele pessoal que prefere dar um presente a receber um? Que prefere elogiar a ser elogiado? Que prefere fazer rir do que achar graça? Durante muito tempo achei que esse pessoal não existia, que era balela, tipinho, da boca pra fora.
Cada segundo dedicado à preparação da surpresa valeu à pena. Bastou aquele primeiro sorriso meio perdido, meio sem chão, meio sem entender. Bastou ele.
Publicado originalmente em 17/09/2007 em um bl0g temporário.
:: Cores e imagens
Não era pra ser uma viagem agradável. Enquanto milhares de carros seguiam em direção às praias e cachoeiras o nosso carro seguia rumo ao cemitério de Euclidelândia, um lugarejo perdido no Noroeste do estado.
Não era pra ser uma viagem agradável. Mas o azul do céu era muito azul e o branco das nuvens era muito branco e o resultado disso era uma paisagem encantadora. E as árvores me permitiram fazer uma viagem dentro da viagem.
Algumas eram verdes e outras amarelas. Mas as verdes eram verdes felizes e as amarelas eram amarelas brilhantes. Poderiam ser verdes comuns e amarelas doentes, mas não eram. Havia também as roxas e as rosas. Vivas, lindas! Não me lembro de alguma que fosse vermelha mas é possível que entre uma curva e outra alguma vermelha tenha me escapado.
Algumas eram altas e magras, outras baixinhas. Estas se estendiam preguiçosas sobre o pasto, fazendo sombra ao gado. Lembro de uma especialmente bonita: ela crescia à medida que seus galhos afinavam e ramificavam-se, como a estrutura de um pulmão. Era do tipo verde-feliz.
Não era pra ser uma viagem agradável. Mas a natureza berrava aos meus olhos que há tanta beleza nesta vida que qualquer que seja o tempo que passemos aqui terá valido à pena.
Publicado originalmente em 08/09/2007 em um blog temporário.
Não era pra ser uma viagem agradável. Mas o azul do céu era muito azul e o branco das nuvens era muito branco e o resultado disso era uma paisagem encantadora. E as árvores me permitiram fazer uma viagem dentro da viagem.
Algumas eram verdes e outras amarelas. Mas as verdes eram verdes felizes e as amarelas eram amarelas brilhantes. Poderiam ser verdes comuns e amarelas doentes, mas não eram. Havia também as roxas e as rosas. Vivas, lindas! Não me lembro de alguma que fosse vermelha mas é possível que entre uma curva e outra alguma vermelha tenha me escapado.
Algumas eram altas e magras, outras baixinhas. Estas se estendiam preguiçosas sobre o pasto, fazendo sombra ao gado. Lembro de uma especialmente bonita: ela crescia à medida que seus galhos afinavam e ramificavam-se, como a estrutura de um pulmão. Era do tipo verde-feliz.
Não era pra ser uma viagem agradável. Mas a natureza berrava aos meus olhos que há tanta beleza nesta vida que qualquer que seja o tempo que passemos aqui terá valido à pena.
Publicado originalmente em 08/09/2007 em um blog temporário.
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