quinta-feira, 31 de julho de 2008

:: (des) Respeito

Mandei pro Ancelmo e ele fez pouco caso. Então publico eu mesmo.



"Respeite os limites de velocidade", recomenda a Prefeitura. Belo exemplo. Total desrespeito ao pedestre e ignorância solene dos limites entre rua e calçada.

Tomei gosto pelá denúncia. Infratores, tremei!

terça-feira, 29 de julho de 2008

:: Off Road

Eu não pedalo sempre, mas sempre que pedalo sigo um mesmo roteiro. Vou do Aterro do Flamengo ao Leblon e volto, passando por Botafogo, Copa e Ipanema. São 26km. E aí que outro dia eu resolvi mudar meu roteiro. Subi a Mena Barreto para dar umas voltas na Lagoa. Mal sabia eu o que encontraria pelo caminho...

Pra falar a verdade eu já até havia sido alertado sobre as aventuras às quais se submete quem se dispõe a pedalar na ciclovia da Mena Barreto, que liga a Enseada de Botafogo à Lagoa Rodrigo de Freitas. Mas pensei que era exagero, sabe? Não era.

Não é novidade que os pedestres ignoram solenemente algumas regras básicas de respeito às ciclovias. Quem acompanha o buteco deve se lembrar do surto geração-saúde que o cajibrina teve há alguns meses: o coitado resolveu pedalar e escreveu, puto da vida, sobre a arte de se desvencilhar dos pedestres, ciclistas lerdos, dondocas passeando com seus cachorrinhos, turistas atravessando a ciclovia sem olhar para os lados e otras cositas más.

Como se já não bastassem estes obstáculos há também carros estacionados sobre a ciclovia, raízes de árvores destruindo as estreitas faixas de circulação, desníveis dignos de pista de motocross... E então, aproveitando que estava com meu celular no bolso (e isso significa que eu também tinha uma câmera no bolso), resolvi documentar a aventura e fazer um post-denúncia. Olha que belezura.

Desnível dos bons na Visconde Silva, na altura do Centro Cultural Sérgio Porto

Você desvia das raízes e bate no Honda Civic estacionado logo adiante.

Na General Polidoro a disputa é selvagem!

Em frente ao Pro-Cardíaco dá vontade de buzinar, só de sacanagem.

Pelo menos, no final rola uma recompensa...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

:: Fui ao Piranhão e fiquei puto

O Centro Administrativo São Sebastião (CASS), mas conhecido como Piranhão, é onde funciona (?) a Prefeitura do Rio de Janeiro. Para quem não sabe, Piranhão é uma referência ao antigo uso da área onde o prédio foi construído. Era lá que funcionava (!) a Vila Mimosa. Se você não sabe o que é a Vila Mimosa e mesmo com o apelido do prédio da prefeitura continua sem ter a menor idéia, pergunte ao homem mais próximo que ele te explica.

E aí que eu precisei ir ao Piranhão na semana passada. Já fazia um mês que eu havia decidido pedir exoneração do município e toda essa burocracia se resolve (?) por lá. Mas não foi a burocracia o que mais me chamou a atenção durante as duas horas que passei no CASS. Por ela eu já esperava. O que realmente me intrigou foi o sistema de referências espaciais pelo qual as pessoas no Piranhão se orientam. Observem:

Cena 1 - Faber vai à Secretaria Municipal de Educação

- Oi, bom dia, eu gostaria de dar entrada num processo de exoneração.

- Não é aqui. É no Protocolo Geral, no Térreo. Desce este lance de escada e entra na segunda porta após o elevador.

Cena 2 - Faber vai ao Protocolo Geral

- Oi, bom dia, eu gostaria de dar entrada num processo de exoneração.

- Não é aqui. Olha ali naquele papel que está dizendo onde é.

Pausa para ler o papel.

- Oi, o papel diz que é no 10º andar, mas não diz em que sala.

- É no corredor à esquerda da mesinha de madeira.

Cena 3 - Faber vai ao 10º andar

- Oi, bom dia, eu gostaria de dar entrada num processo de exoneração.

- Ai, aquela mulher do Protocolo é foda. Olha, é no 10º andar, mas é do prédio anexo, tá? Faz assim: você desce, sai deste prédio pelos fundos e entra no portão em frente ao quiosque de xerox. Aí sobe até o 10º andar de lá.

Cena 4 - Faber vai ao 10º andar do prédio anexo e encontra uma recepção e uma mesinha de madeira

- Oi, bom dia, eu gostaria de dar entrada num processo de exoneração.

- Segue aquele corredor ali e procura a senhora sentada na quarta mesa após a segunda pilastra.

Cena 5 - Faber vai até a senhora na quarta mesa

- Oi, bom dia, eu gostaria de dar entrada num processo de exoneração.

- Você precisa providenciar os documentos que estão listados naquele papel ali.

O papel dizia: a) Nada consta do Previ-Rio (11º andar); b) Nada consta do Inquérito (8º andar) e c) Cópia da Identidade. Eu que não sou bobo perguntei a senhora na quarta mesa:

- Estes andares são neste prédio ou em algum outro?

- Neste. E a xerox tem que ser lá fora porque o homem do quiosque de xerox não apareceu mais.

Cena 6 - Faber vai ao 11º andar

- Oi, eu preciso de um Nada consta.

- Tem que pedir ali naquela salinha, depois do terceiro sofá.

- Oi, eu preciso de um Nada consta.

- Ih, senta e espera que vai demorar um pouquinho. A outra funcionária está grávida e não apareceu hoje. Deve estar se sentindo mal, sabe? Então eu tô sozinha e essas coisas demoram, você sabe, né? Se quiser um cafezinho eu acabei de passar. Mas o açúcar acabou, só tem adoçante.

Cena 7 - Faber vai ao 8º andar

- Oi, eu preciso de um Nada consta.

- Me diz sua Matrícula e seu nome que eu solicito. Pode aguardar aqui mesmo que é rápido.

Vou poupá-los das cenas subseqüentes. Eu fui até o Estácio e consegui fazer a cópia da minha Identidade. Voltei na senhora da quarta mesa com todos os documentos e ela me entregou um protocolo. Daqui a pouco eu preciso ligar pra um número escrito no protocolo para verificar se a exoneração foi publicada em Diário Oficial.

Algumas conclusões/ inquietações:

1. As salas nos prédios na Prefeitura ou não têm número ou os funcionários acham muito prático indicar móveis e similares como referência.

2. O melhor investimento do momento é abrir um quiosque de xerox no Piranhão.

3. Por que não colocam a porra do papel com os documentos necessários ao pedido de exoneração no mural do Protocolo Geral?

4. A burocracia para solicitar a exoneração é um estímulo extra para querer me ver livre da Prefeitura.

5. Eu virei fã do Inquérito, que fica no 8º andar do prédio anexo.

terça-feira, 22 de julho de 2008

:: Vida e Música

Seguindo a onda iniciada no buteco aqui ao lado --->

A brincadeira consiste em escolher um artista e responder a algumas perguntas com músicas do artista escolhido.

Artista: Mart'nália

1 Descreva-se: Minha Cara

2 O que as pessoas acham de você: Só Deus é Quem Sabe

3 Descreva sua última relação: Não me Balança Mais

4 Descreva a atual relação: Origem da Felicidade

5 Onde queria estar agora: Arpoador

6 O que você pensa sobre o amor: Filosofia

7 Como é sua vida: De Amor e de Paz

8 Se tivesse direito a apenas um desejo: Renascer das Cinzas

9 Uma frase sábia:

"Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma"


10 Uma frase para os próximos:

"Eu hei de ter, ao invés de paz, inquietação
Houvesse paz, não haveria esta canção"

:: Re-adolescentes

Já dediquei muitas linhas ao tempo. Ele é inesgotável e oferece incontáveis possibilidades de abordagem em um texto. Mas o que mais gosto no tempo é a sua relatividade.

Ainda que tenham inventado técnicas bastante precisas de contar o tempo, a nossa percepção de sua passagem é extremamente variável. Não é à toa que muitas vezes nos pegamos falando "nossa, hoje o dia foi longo" ou "caramba, mas já são 22h?". A relatividade do tempo é tão, mas tão surpreendente, que ela não vale apenas para períodos de 24 horas. Meses passam muito depressa ou se arrastam. Anos formam décadas ou simplesmente parecem não ter existido.

Ontem foi um daqueles dias que, se fosse possível, eu colocaria numa moldura para decorar minha parede. E eu não conheci pessoas novas, não visitei lugares novos, não descobri novos sabores.

O almoço foi frango ao molho de catupiry e a sobremesa foi cheesecake. Nada demais, não fosse pelo enorme sorriso que brotou no rosto surpreso da aniversariante que chegava do plantão em um município distante. Nada demais não fosse pelo planejamento um pouco atrapalhado, por culpa de dois amigos, deste momento maravilhoso.

Na seqüência teve boliche. Um programa nota 7, não fossem as gargalhadas que preenchiam os espaços entre um strike e uma bola lançada direto na canaleta. Aliás, houve mais canaletas do que strikes.

Intervalo para o café. Bebidinha básica, não fossem as histórias contadas, desviando-se dos olhares das mesas vizinhas.

O dia foi encerrado com um japa. Péssimo atendimento, mas até isso foi memorável devido à companhia, agora reforçada por mais uma pessoa especial. Éramos quatro. Quatro ex-adolescentes vivendo momentos de re-adolescência. Quatro re-adolescentes que, mesmo separados, nunca estiveram separados. Contraditório? Discordo. Pergunte ao tempo.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

:: Fender Stratocaster

"Harold mordeu o biscoito de açúcar bávaro sentindo que, finalmente, tudo ficaria bem. Às vezes, quando nos perdemos no medo e no desespero, na rotina e na constância, na falta de esperança e na tragédia, podemos agradecer à Deus pelos biscoitos de açúcar bávaro. E, felizmente, quando acabarem os biscoitos ainda teremos consolo em uma mão amiga na nossa pele, num gesto gentil e afetuoso, num apoio sutil, num abraço carinhoso, numa prova de conforto. Sem falar em macas de hospital, tampões de nariz, folheados não comidos, segredos sussurrados, Fender Stratocasters... e talvez alguma obra de ficção. Devemos lembrar que todas essas coisas, nuances, anomalias e detalhes que parecem superficiais na nossa vida, estão aqui por uma causa bem mais nobre: eles estão aqui para salvar nossas vidas".

É com este texto que Karen Eiffel, personagem de Emma Thompson em 'Mais Estranho que a Ficção', põe um ponto final na trama. Há algum tempo escrevi aqui uma breve nota enaltecendo as sutilezas, inspirado pelo filme e por acontecimentos então recentes. E penso que as sutilezas merecem um pouco mais de nossa atenção. Eu não tenho uma Fender Stratocaster, mas vivo outras sutilezas.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

:: Pequenas conclusões bastante óbvias

Depois de uma tarde com amigos cheguei a algumas conclusões:

1. O Fashion Mall é um daqueles lugares onde os ricos vão fantasiados de pobres.
2. Vendedoras de lojas de ricos ou são também ricas ou pensam que são.
3. "Sale", "Off" e "Liquidação" são palavras muito irônicas quando aparecem em vitrines do Fashion Mall.
4. A confeitaria Kurt, no Leblon, não tem a melhor torta da cidade embora assim deseje a revista Veja.
5. Às sete já não é mais possível comprar um casaco em Ipanema.
6. Você pode ter 50 anos, mas vai viver histórias de adolescente. E vai se divertir com elas.
7. Seguindo a onda dos temakis, surgiu uma loja chamada Conni d'Pizza. Não vale a pena conferir.
8. Os melhores programas são aqueles não programados.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

:: Quarta-feira

É muito bom quando algumas situações nos lembram como somos felizes. Não que eu esqueça disso regularmente, mas, eventualmente, certas situações reforçam, sublinham a felicidade em nossas vidas. Ainda bem que eu escolhi fazer o que faço. De outro modo, situações como as desta quarta-feira não poderiam ser vividas.