sexta-feira, 9 de novembro de 2007

:: Sobre a inacababilidade do ser

A questão é a diferença entre o tornar-se e o ser. Será que somos ou tornamo-nos? O que somos só o sabemos através da forma como afetamos os outros. Afinal, o mundo ideal (?) em que nossa essência nos basta, porque nós nos bastamos, não existe. Vivemos todo o tempo em contato com os outros. Não precisamos ser por eles modelados, embora o sejamos (quase) sempre, mas somos neles refletidos. E é esse reflexo que nos apresenta nós a nós mesmos. Ou será que esse eu aqui dentro, esse eu que só eu conheço, sempre esteve aqui? Será que esse eu que só eu conheço não foi construído um pouquinho a cada dia a partir das reações que eu provoquei nos outros e que, refletido nos outros, se me apresentou a mim? Será que nasci pronto, com essência e tudo? Será que sempre fui? Se assim for, já estou feito, finalizado, acabado. De nada valerá o contato com o outro. Se assim for, basto-me. Basto-me?

6 comentários:

B. Homsi disse...

Nossa Faber, que honra ser o primeiro postar nesse que pra mim, foi o seu melhor post até agora.
Na minha tola opinião, acho que tornamo-nos. E se é verdade que o que somos sempre foi de nossa essência, não há motivos para ter contato com qualquer outro corpo.
Posts que nos fazem refletir. Parabéns, Faber. Parabéns =)

Rafaela Marinho disse...

Nossa Faber! Levei minhas mãos ao rosto lendo seu texto! Confesso que estou assustada a encarar a realidade disso tudo que você escreveu... Volto aqui mais tarde, quando eu me recuperar!

Tüppÿ disse...

Wow, adorei o post o.o


É, o trabalho de História ficou surreal. Eu e a Flávia não somos exatamente parecidas com africanas xD Mas foi divertindo e o Daniel ficou um tempão rindo da nossa cara \o/

E eu não conheço essa música não... Vou procurar!

Heitor Achilles disse...

Professor, você parece ter uma visão pessimista.

Angustiado?

Essencialista demais.

Falo da capacidade de escolher quem podemos ser.

Quanto a minha angústia, esta conduz a transcendência.

Não nos conhecemos!
Essa é a nossa busca.

E se somos o que os outros pensam que somos, quem são os outros?

Logo, logo estarei falando mais sobre isso. Dê uma passada lá!

Bia... disse...

Como diria Rosseau "o homem nasce puro e a sociedade o corrompe"...

Bia... disse...

aquele discurso era reformista, concerteza era reformista Faber...¬¬