quinta-feira, 6 de novembro de 2008

:: Calor, Prova de Física, Obama e o Chaveiro

Achei que eu derreteria antes do fim do dia. Abriram a porta do inferno e só fecharam agora no fim da tarde. Logo hoje que trabalho em salas sem ar condicionado. Murphy é mesmo implacável!

Ninguém conseguiu definir o que eu senti hoje de forma mais objetiva que a Margarida: se a carne assada falasse ela diria 'tá vendo só? é assim que eu me sinto'.

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Há muito tempo eu e Heitor conversamos sobre observar as pessoas sendo. Sua tese é a de que as pessoas atuam quase o tempo todo e raramente é possível observá-las sendo elas mesmas. Ainda segundo ele, o metrô é um excelente laboratório para observar as pessoas sendo. Pois hoje eu descobri outro: as provas.

Nada me entedia mais que fiscalizar provas. No Pedro II tem semana de provas e os alunos fazem duas sessões de provas de 1h45 com um intervalo de 30 minutos entre elas. Hoje, durante a segunda sessão de provas do segundo turno, minha revista já tinha acabado, eu não tinha mais notas para lançar no diário e as músicas do ipod já estavam sendo repetidas. Apoiei-me na janela e senti o vento que começava a soprar violentamente. Dali só me restava observar. Por quase duas horas. Observar apenas.

Talvez as pessoas ali não estivessem sendo tão elas mesmas se não fosse uma prova de física. Faltavam dez minutos para o fim do tempo de prova e apenas três alunos haviam terminado. Uns olhavam para o relógio, aflitos, a cada dez segundos. Outros coçavam a cabeça insistentemente. Havia aqueles que balançavam as pernas rapida e continuadamente. E aqueles que choravam. Todos pareciam estar sendo.

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Coitado do Obama. Será que ele já se deu conta da rabuda que ele vai enfrentar? Acho que pra ele ia ser mais jogo dar uma de Gabeira e perder por uns votinhos. Na próxima ele vinha com mais força e se tivesse sorte pegaria um cenário econômico menos ingrato.

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Deitei na cama e liguei a TV. A última pessoa a assistir deixou na Globo. A cena era assim: uma garota revirava gavetas por toda a casa enquanto berrava para a empregada que era impossível não ter um catálogo telefônico naquela casa. A empregada explicava que tinha, mas outro dia a fulaninha levou pra fazer papel reciclado na escola. Aí a garota berrava ainda mais alto e perguntava como é que ela ia fazer para telefonar para o chaveiro e destrancar o bebê que tinha ficado dentro do quarto. Como, meu deus?

Como é que é? O problema todo era esse?
Não rola 102? Google?

6 comentários:

Anônimo disse...

Pela cara do Obama em seu primeiro discurso, parecia estar pensando: Fudeu!

Tüppÿ disse...

Hahahahahaha, TODO mundo via A Usurpadora \o/

Faber, eu fui ABSURDAMENTE mal na sua prova, porque eu estudei tudo errado XD Aí eu acho que escrevi um monte³ de besteira³, então, por favor, não me espanque nem ria muito da minha cara.

E observar pessoas pode ser muito divertido :D (pelo menos quando elas não te observam de volta xD)

André Lima disse...

Hoje meu negócio é discordar. Segundo blog que comento e discordo!
seguinte. Eu acho que não ser, não se sustenta por muito tempo. Pode-se tentar, mas o que se é acaba aparecendo.
É inútil tentar esconder. Além de não conseguir, vai fazer papel de bobo.
Quando Paes foi eleito pensei. Coitado, tá fudido. Vai ser perseguido até o fim do mandato. Puxado pela Cora Rónai o clubinho dO Globo não vai deixar o moço em paz. Mas concordo que Obama está em piores lençóis.
"A última pessoa a assistir deixou na Globo" - Faber, fala sério! tava no Discovery e vc colocou pra ver A Favorita. Pode fazer tipo para seus alunos aqui no blog, mas moi?! Engana não...

Faber disse...

Ahahahahah André, nem era A Favorita. Era Malhação mesmo. E eu nem faço tipo porque falo sem pudor que acompanhava A Usurpadora, pode ler ali em cima, ó.

E o papo do ser ou do atuar não deve ter ficado claro. A tese não é que as pessoas se escondam por trás de personagens fakes, mas que atuam de acordo com situações-chave. Existe o André-funcionário, o André-blogueiro, o André-amigo, mas poucas vezes nós que não somos o André conseguimos ver o André sendo o André-André. Ainda não foi , né?

André Lima disse...

Mto assunto para o Mofo. Estou convidado, né?

Breno disse...

Que bonito, uma postagem digna dessa semana toda em que esperei ansiosamente você fazer algum relato emocionante. E esse valeu à pena..
Lendo o que você falou das pessoas sendo, e sua explicação mais direta ali encima pro André, posso apenas dizer que somos trezentos, trezentos-e-cincoenta, como dizia o grande Mário.. (que Mário?). Acredito que o André-André é o mesmo André-blogueiro.. ao mesmo tempo que somos vários, somos um só. Concorda? Não. Tá.