Poucas coisas me irritam mais do que conservadorismo. Se os rumos dessa eleição mudarem em função da temática do aborto, vai ser repugnante.
Sou a favor do aborto, da legalização das drogas e do casamento homossexual.
Não porque eu queira abortar, fumar um baseado ou me casar com outro homem. Sou a favor por dois motivos fundamentais.
O primeiro, porque não importa o que eu quero pra mim, qual a minha verdade, quais as minhas crenças e os meus valores. Importa que eu vivo em uma sociedade diversificada e como tal, devo respeitar interesses alheios aos meus.
O segundo, porque aborto, uso de drogas e casamentos gays já acontecem. Achar que a ilegalidade impede sua existência é ingênuo e inócuo. A questão é que ao legalizar, muda-se o foco do debate. A mulher que aborta clandestinamente, por exemplo, passaria a fazer o que já fazia de forma mais segura, bancada com recursos próprios ou do governo, dependendo de sua renda. O usuário de drogas deixaria de ser um caso de polícia e passa a ser um caso de saúde pública. E os gays poderiam garantir direitos tão caros aos casais heterossexuais, como o compartilhamento de bens.
Me parece primitivo que as pessoas que são contra essas questões se incomodem tanto com sua legalização. Ora, eu não vou passar a injetar heroína se o seu consumo passar a ser legalizado. Nem vou usar o aborto como método contraceptivo ou casar com meu amigo mais próximo.
Você não gosta? Não usa? Acha errado? Ok. Direito seu. Mas o mundo não gira entorno do seu umbigo.
A seguir, as capas de Veja, em 2010 e em 1997.
Na capa desta semana, a condenação de Dilma, a candidata malvada, que defende o aborto, essa coisa do capeta. O Brasil não pode ser governado por alguém assim. E o direito à vida?
Na capa de 1997, celebridades brasileiras assumem ter feito aborto, esta prática coerente com a autonomia reprodutiva e que deveria ser defendida por um Estado laico.
Mudar de lado ao sabor do vento. Veja só que ironia...
Sou a favor do aborto, da legalização das drogas e do casamento homossexual.
Não porque eu queira abortar, fumar um baseado ou me casar com outro homem. Sou a favor por dois motivos fundamentais.
O primeiro, porque não importa o que eu quero pra mim, qual a minha verdade, quais as minhas crenças e os meus valores. Importa que eu vivo em uma sociedade diversificada e como tal, devo respeitar interesses alheios aos meus.
O segundo, porque aborto, uso de drogas e casamentos gays já acontecem. Achar que a ilegalidade impede sua existência é ingênuo e inócuo. A questão é que ao legalizar, muda-se o foco do debate. A mulher que aborta clandestinamente, por exemplo, passaria a fazer o que já fazia de forma mais segura, bancada com recursos próprios ou do governo, dependendo de sua renda. O usuário de drogas deixaria de ser um caso de polícia e passa a ser um caso de saúde pública. E os gays poderiam garantir direitos tão caros aos casais heterossexuais, como o compartilhamento de bens.
Me parece primitivo que as pessoas que são contra essas questões se incomodem tanto com sua legalização. Ora, eu não vou passar a injetar heroína se o seu consumo passar a ser legalizado. Nem vou usar o aborto como método contraceptivo ou casar com meu amigo mais próximo.
Você não gosta? Não usa? Acha errado? Ok. Direito seu. Mas o mundo não gira entorno do seu umbigo.
A seguir, as capas de Veja, em 2010 e em 1997.
Na capa desta semana, a condenação de Dilma, a candidata malvada, que defende o aborto, essa coisa do capeta. O Brasil não pode ser governado por alguém assim. E o direito à vida?
Na capa de 1997, celebridades brasileiras assumem ter feito aborto, esta prática coerente com a autonomia reprodutiva e que deveria ser defendida por um Estado laico.
Mudar de lado ao sabor do vento. Veja só que ironia...
4 comentários:
Mas o que esperar da mídia, o quarto poder do Brasil, ela modifica o posicionamento como quer, a intervenção da igreja nos assuntos politicos é uma prática que realmente me assusta, ainda mais agora que está gerando um comportamento de ódio, elas se sentem poderosas e são poderosas, controlam o campo informativo e politico do Brasil, pelo menos parte dele, me preocupo pela minha vida com vejo cartazes religiosos pregando o anti-homossexualidade por aí, ouso dizer que tenho medo que o Serra seja eleito, pois hoje acredito nisso, em relação as drogas e ao aborto, o aborto tem que ser um direito de escolha da mulher é o corpo dela, ela tem que ter direito sobre o corpo, e as drogas devem ser um problema para que as usa, pois continuo afirmando o direito pelo corpo.
Serei breve e, talvez, sem personalidade. Concordo com tudo. Mas tenho minhas duvidas sobre a parte: "Não vou casar com meu amigo mais próximo" - tenho prints que contrariam isso. HAHAHAHAHAHA
O que adianta estarmos em um estado laico, se a opinião da igreja interfere diretamente no governo.
Sou a favor do descriminalização das drogas também, mas o que se discuti é apenas a legalização da maconha e não de todos os outros tipos de entorpecentes.
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