sábado, 21 de novembro de 2009

:: Dor e Oftalmologistas

Dor é algo que me deixa intrigado. Dor nos outros me deixa intrigado, melhor dizendo, porque quando é em mim, dor me deixa irritado mesmo. Me intriga por que é alguma coisa da qual você nunca vai ter certeza. É tipo ter certeza de que o 'azul' que você vê é a mesma coisa que todo mundo vê e chama de azul. Você simplesmente não tem.
Se a pessoa tem um tumor, faz um exame e identifica. O médico então diagnostica e intervém. E se a pessoa tem dor, como faz? Confia no que ela te diz, mas é meio subjetivo demais. É mais que subjetivo, porque tá no outro, não em você.
E como agora eu tô com sono não vou saber exatamente o porquê de ter começado a falar sobre isso quando o que eu queria mesmo era dizer que oftalmologista me intriga. Taí, acho que foi por isso. Dor e oftalmologistas me intrigam. Oftalmologistas me intrigam por que eles estudam anos inteiros pra depois receberem pacientes que não enxergam bem e que praticamente se automedicam. Digo isso porque o cara fica lá mudando as lentes e é você quem diz se tá enxergando melhor com essa ou com aquela. Ah, foi por isso o papo da dor. É que tá no outro, não em você. Não é o oftalmologista que diagnostica a visão ruim, é o paciente. Não é o oftalmologista que indica o grau adequado para os óculos, é o paciente. E isso me intriga.

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Marianna escreveu hoje mesmo que escreveu demais essa semana, mas nada que seja adequado para o blog. Achei interessante. Deve ser legal encontrar um caderno com desabafos particulares uns 15 anos a frente. E aí me peguei pensando que esse é um hábito que nunca tive. Não escrevo pra mim mesmo. No início do blog eu até tentei me convencer de que escrevia pra mim mesmo mas hoje aceito o que minha concunhada psicóloga disse: as pessoas têm blogs para receberem comentários, e eles precisam ser concordantes para que as pessoas se sintam aceitas em suas ideias. E quando não permitem comentários é porque querem evitar o acesso às discondâncias. Eu não escrevo pra mim mesmo e até certo ponto acho que nem divido muito o que penso com as pessoas. Quer dizer, não escrevo, nem falo. Mas não fico estourando por dentro, lidando com meus conflitos internamente. Que será que é isso?