Esta semana li duas vezes a expressão 'rastro de destruição' no jornal O Globo.
Na primeira vez, a expressão figurava numa manchete na capa do jornal. O tema da reportagem era a ocupação de um laranjal, no interior de São Paulo, por manifestantes sem terra. O 'rastro de destruição' era, claro, obra do MST, este movimento criminoso que condena a justa e equitativa estrutura fundiária de nosso país. O discurso é bem interessante, aparentemente moderado: o jornal reconhece que a contestação do latifúndio improdutivo é válida mas pondera que invadir terras produtivas e destruir laranjais é vandalismo e o manifesto foi, portanto, injustificável. Procurei, mas não encontrei nenhuma menção ao fato de que as 'terras produtivas' do Grupo Citrale são, como tantas outras no país, griladas. Produtivas, mas griladas.
Na segunda vez, o 'rastro de destruição' foi deixado por outros vândalos: os pouco tolerantes usuários da Supervia que, no último dia 7, depredaram de modo mais uma vez injustificável o patrimônio público. Atos como este não têm perdão. Se pelo menos a passagem fosse cara, os trens ruins e o serviço prestado de qualidade duvidosa... Pobre da Supervia, que assumiu um sistema falido e o recuperou de forma magistral, praticamente prestando um favor à sociedade, nos oferecendo um transporte coletivo plenamente integrado à rede de transportes metropolitana. Os vândalos deveriam ter pensado um pouco melhor antes de tomarem atitude tão primitiva. Ainda bem que a opinião pública está aí, atenta, pronta pra criminalizar o pobre trabalhador usuário do sistema público de transportes.
Dois 'rastros de destruição' em uma só semana! Não vejo a hora de ler o que Veja tem a dizer sobre os casos. Sorte minha que recebi um presentão da editora Abril: como renovei a assinatura da National Geographic fui brindado com seis exemplares da imparcialidade da melhor revista semanal do país. Agora não fico mais desatualizado. Ufa!
Na primeira vez, a expressão figurava numa manchete na capa do jornal. O tema da reportagem era a ocupação de um laranjal, no interior de São Paulo, por manifestantes sem terra. O 'rastro de destruição' era, claro, obra do MST, este movimento criminoso que condena a justa e equitativa estrutura fundiária de nosso país. O discurso é bem interessante, aparentemente moderado: o jornal reconhece que a contestação do latifúndio improdutivo é válida mas pondera que invadir terras produtivas e destruir laranjais é vandalismo e o manifesto foi, portanto, injustificável. Procurei, mas não encontrei nenhuma menção ao fato de que as 'terras produtivas' do Grupo Citrale são, como tantas outras no país, griladas. Produtivas, mas griladas.
Na segunda vez, o 'rastro de destruição' foi deixado por outros vândalos: os pouco tolerantes usuários da Supervia que, no último dia 7, depredaram de modo mais uma vez injustificável o patrimônio público. Atos como este não têm perdão. Se pelo menos a passagem fosse cara, os trens ruins e o serviço prestado de qualidade duvidosa... Pobre da Supervia, que assumiu um sistema falido e o recuperou de forma magistral, praticamente prestando um favor à sociedade, nos oferecendo um transporte coletivo plenamente integrado à rede de transportes metropolitana. Os vândalos deveriam ter pensado um pouco melhor antes de tomarem atitude tão primitiva. Ainda bem que a opinião pública está aí, atenta, pronta pra criminalizar o pobre trabalhador usuário do sistema público de transportes.
Dois 'rastros de destruição' em uma só semana! Não vejo a hora de ler o que Veja tem a dizer sobre os casos. Sorte minha que recebi um presentão da editora Abril: como renovei a assinatura da National Geographic fui brindado com seis exemplares da imparcialidade da melhor revista semanal do país. Agora não fico mais desatualizado. Ufa!
3 comentários:
Acidamente irônico.
Ou ironicamente ácido?
engraçado que quando eu comecei a ler o texto, lembrei de uma crítica que a IstoÉ tinha feito ao PETA falando que era uma organização terrorista, que tinha formas de atuação agressivas, e que ofendia os valores das pessoas... e eu fico me perguntando que tipo de atuação eles esperam de algo que se propõe a fazer um protesto. (o mesmo vale para a atuação do MST - quase escrevi "msn")
abraço grande, Faber!
Postar um comentário