segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

:: Por uma nova geografia

O destaque era a queda de Cesar Maia (ai, ai, os simbolismos, as metáforas, as pequenas maravilhas do dia a dia - tem hífen?)... Mas o que me chamou a atenção foi o final do texto do Luiz Paulo Horta, num quadro na mesma página da edição desta segunda-feira de O Globo.

Depois de me fazer querer conhecer a Cidade da Música o quanto antes ("A impressão é a de que você está no meio de um vendaval imóvel, com planos sinuosos de concreto que parecem velas. Você olha para cima e os espaços se desdobram, como se não fossem acabar nunca"), Luiz Paulo comenta que, apesar de ainda ter muita coisa para ser feita e apesar dos custos e dos escândalos, é inegável que se trata de um complexo cultural que muda a fisionomia da Barra e que não é coisa para o deleite apenas da Zona Sul. Ele lembra que pela Linha Amarela chega-se muito rapidamente da Zona Oeste à Cidade da Música.

Hein?! Eu estou ficando louco ou o cara colocou a Barra na Zona Sul? Pirei de vez ou ele acha que Méier, Del Castilho, Bonsucesso e adjacências é Zona Oeste?

Primeiro ele dá a entender que a Barra precisava de uma mudança de fisionomia. A Barra tem a fisionomia que a classe emergente escolheu: uma Orlando no traço das avenidas com toques de Miami na arquitetura e uma estátua da liberdade-kisch encravada bem no meio do seu culto à cafonice.

Em seguida ele não questiona por quê não mudar a fisionomia de outros lugares.

Mas aí, Luiz Paulo Horta não se dá por satisfeito e resolve mudar a geografia do Rio de Janeiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

DEsculpa, mas eu acho uma sacanagem com o kitch chamar aquela estátua emergentemente inominável de kitch...